O centro virou à esquerda
Em cada momento, a alternativa política vencedora é aquela que, controlando o centro, formata a gramática do debate. Quem ocupa essa posição central é que vai variando. Os últimos trinta anos foram dominados pela regressão do intervencionismo estatal na economia e pela liberalização dos mercados como panaceias para todos os problemas económicos e sociais. Durante este período, o centro de gravidade da política estava à direita e os partidos de esquerda eleitoralmente mais competitivos foram aqueles que se colocaram debaixo da etiqueta “terceira-via”, aceitando a ortodoxia neo-liberal.
O regresso da esquerda ao centro gravitacional da política é hoje uma inevitabilidade. O que não quer dizer necessariamente que sejam os partidos de esquerda os protagonistas do próximo ciclo. Contudo, em Portugal e no resto das democracias ocidentais, as soluções ganhadoras vão ser as que souberem trazer de novo para o topo da agenda o papel das instituições na regulação do capitalismo (das entidades reguladoras à contratação colectiva) e a (re)integração das classes médias no projecto democrático através da redistribuição (quer fiscal, quer em sede de protecção social). É bom que os partidos portugueses saibam interpretar os sinais dos tempos, sob pena de não responderem aos desafios que temos de enfrentar e de se revelarem dispensáveis.
publicado no Diário Económico.
O regresso da esquerda ao centro gravitacional da política é hoje uma inevitabilidade. O que não quer dizer necessariamente que sejam os partidos de esquerda os protagonistas do próximo ciclo. Contudo, em Portugal e no resto das democracias ocidentais, as soluções ganhadoras vão ser as que souberem trazer de novo para o topo da agenda o papel das instituições na regulação do capitalismo (das entidades reguladoras à contratação colectiva) e a (re)integração das classes médias no projecto democrático através da redistribuição (quer fiscal, quer em sede de protecção social). É bom que os partidos portugueses saibam interpretar os sinais dos tempos, sob pena de não responderem aos desafios que temos de enfrentar e de se revelarem dispensáveis.
publicado no Diário Económico.
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