Mais qualificações
Para quem está desempregado, a taxa de desemprego é invariavelmente de 100%. Contudo, o dramatismo das situações individuais de desemprego não deve fazer com que o desemprego seja tratado politicamente todo da mesma maneira. Há que estabelecer prioridades.
Uma experiência passageira de desemprego é problemática, mas o difícil de resolver é a transformação de uma situação de desemprego em desemprego de longa duração, onde se acumulam factores de afastamento do mercado de trabalho. A possibilidade de alguém que está há muito tempo desempregado entrar no mercado de trabalho é muito menor do que a de quem acaba de cair nessa situação. É por isso mesmo que a prioridade política deve ser dada ao fluxo de desempregados. Assim, os dados mais recentes sobre o desemprego dos licenciados revelam alguns sinais preocupantes. Pese embora se assista a uma diminuição do número absoluto de desempregados licenciados, esta coexiste com um crescimento do número de desempregados licenciados de longa duração (DLD). E, no que é mais preocupante, o DLD nos licenciados está a crescer mais do que o DLD total. Ainda que os dados sejam em parte reflexo do aumento do número de formações superiores em Portugal e se concentrem em alguns cursos, servem também para recordar que é fundamental que as políticas públicas consigam prevenir que situações de desemprego passem de transitórias a longas e particularmente que isso aconteça entre os jovens qualificados. Até porque o mercado de trabalho português continua a precisa de mais qualificações superiores. Mas também de qualificações superiores com qualidade.
publicado no Diário Económico.
Uma experiência passageira de desemprego é problemática, mas o difícil de resolver é a transformação de uma situação de desemprego em desemprego de longa duração, onde se acumulam factores de afastamento do mercado de trabalho. A possibilidade de alguém que está há muito tempo desempregado entrar no mercado de trabalho é muito menor do que a de quem acaba de cair nessa situação. É por isso mesmo que a prioridade política deve ser dada ao fluxo de desempregados. Assim, os dados mais recentes sobre o desemprego dos licenciados revelam alguns sinais preocupantes. Pese embora se assista a uma diminuição do número absoluto de desempregados licenciados, esta coexiste com um crescimento do número de desempregados licenciados de longa duração (DLD). E, no que é mais preocupante, o DLD nos licenciados está a crescer mais do que o DLD total. Ainda que os dados sejam em parte reflexo do aumento do número de formações superiores em Portugal e se concentrem em alguns cursos, servem também para recordar que é fundamental que as políticas públicas consigam prevenir que situações de desemprego passem de transitórias a longas e particularmente que isso aconteça entre os jovens qualificados. Até porque o mercado de trabalho português continua a precisa de mais qualificações superiores. Mas também de qualificações superiores com qualidade.
publicado no Diário Económico.
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