Fragilidades e contradições
Entre os silêncios que Ferreira Leite vai gerindo, vai sendo possível destrinçar algumas das suas opções. Contudo, estas têm sido, nuns casos, fragilizadas pela experiência recente da nova presidente do PSD como ministra de Estado e das Finanças, noutros, contraditadas logo a seguir.
As críticas ao excesso de despesa pública decorrente da opção por duas linhas de TGV pelo actual Governo serviram para expor as fragilidades que enfrenta a afirmação da nova liderança. Sendo uma crítica legítima, foi rapidamente confrontada com o facto do Governo Barroso ter acordado em Conselho de Ministros a construção de cinco linhas.
Já quanto às contradições, basta sublinhar que entre a proclamação (aliás absolutamente justa) da prioridade às classes médias e o que se percebe das orientações assumidas para a política macroeconómica vai uma enorme distância. Como defendia Ferreira Leite ainda este fim-de-semana no “Expresso”, só há um caminho para diminuir a dívida externa, restringir a “concessão de crédito com o consequente agravamento dos respectivos encargos.” O que, como a própria reconhece, “desincentiva o crescimento económico.” – ou seja, responde-se ao arrefecimento económico com mais arrefecimento económico. Este caminho não só já falhou no consulado Barroso, como dele não resultará nada de bom para a classe média.
publicado no Diário Económico.
As críticas ao excesso de despesa pública decorrente da opção por duas linhas de TGV pelo actual Governo serviram para expor as fragilidades que enfrenta a afirmação da nova liderança. Sendo uma crítica legítima, foi rapidamente confrontada com o facto do Governo Barroso ter acordado em Conselho de Ministros a construção de cinco linhas.
Já quanto às contradições, basta sublinhar que entre a proclamação (aliás absolutamente justa) da prioridade às classes médias e o que se percebe das orientações assumidas para a política macroeconómica vai uma enorme distância. Como defendia Ferreira Leite ainda este fim-de-semana no “Expresso”, só há um caminho para diminuir a dívida externa, restringir a “concessão de crédito com o consequente agravamento dos respectivos encargos.” O que, como a própria reconhece, “desincentiva o crescimento económico.” – ou seja, responde-se ao arrefecimento económico com mais arrefecimento económico. Este caminho não só já falhou no consulado Barroso, como dele não resultará nada de bom para a classe média.
publicado no Diário Económico.
<< Home