O Presidente no seu labirinto
Por motivos que permanecem insondáveis, o Presidente da República foi-se deixando enredar num labirinto. A declaração desta semana, em lugar de contribuir para ajudar Cavaco Silva a encontrar uma saída não foi clarificadora, lançou novas dúvidas e revelou um Presidente hiper-susceptível à disputa política.
Continuamos sem perceber se as notícias sobre a alegada vigilância de Belém têm ou não fundamento, se foram uma invenção da fonte da casa civil ou, afinal, não passaram de uma inventona do Público. Ficámos, contudo, a saber que, numa terça-feira do ano de 2009, um Presidente de uma República do mundo ocidental descobriu que o seu computador é vulnerável e pode ser violado. Mais, sentiu necessidade de transmitir aos seus concidadãos essa insólita descoberta.
Mas, acima de tudo, quando precisávamos, mais do que nunca, de ter na Presidência um referencial de estabilidade, Cavaco revelou-se despeitado porque, em plena pré-campanha eleitoral, um par de deputados socialistas cometeu o pecado de "encostá-lo" ao PSD.
Se bem percebi, em última análise, Cavaco respondeu com uma tempestade institucional a uma declaração política que tem tanto de legítima como de desastrada: havia membros da casa civil a participar no programa eleitoral do PSD. Não deixa de ser reveladora a perturbação presidencial com o tema, mas temo que, chegado aqui, Cavaco já não encontre a ponta do novelo que o leve de volta à saída.
publicado no i.
Continuamos sem perceber se as notícias sobre a alegada vigilância de Belém têm ou não fundamento, se foram uma invenção da fonte da casa civil ou, afinal, não passaram de uma inventona do Público. Ficámos, contudo, a saber que, numa terça-feira do ano de 2009, um Presidente de uma República do mundo ocidental descobriu que o seu computador é vulnerável e pode ser violado. Mais, sentiu necessidade de transmitir aos seus concidadãos essa insólita descoberta.
Mas, acima de tudo, quando precisávamos, mais do que nunca, de ter na Presidência um referencial de estabilidade, Cavaco revelou-se despeitado porque, em plena pré-campanha eleitoral, um par de deputados socialistas cometeu o pecado de "encostá-lo" ao PSD.
Se bem percebi, em última análise, Cavaco respondeu com uma tempestade institucional a uma declaração política que tem tanto de legítima como de desastrada: havia membros da casa civil a participar no programa eleitoral do PSD. Não deixa de ser reveladora a perturbação presidencial com o tema, mas temo que, chegado aqui, Cavaco já não encontre a ponta do novelo que o leve de volta à saída.
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