A TINA precisa de amigos
A TINA (There is no alternative) é uma rapariga incompreendida. Mas hoje o que nos resta é a TINA e ela precisa de amigos. Ainda na semana passada, Paulo Portas lhe quis fazer um arranjinho. Acontece que a TINA, rapariga avisada, sabe que as relações a três, mesmo que escondam um secreto fascínio, tendem a não acabar bem. O que a TINA precisava mesmo era de uma relação previsível, de um ambiente estável que lhe desse tranquilidade durante uns quantos anos. Se isso acontecesse, a TINA estaria disposta a sair de cena daqui a uns tempos, deixando o campo aberto para que todos pudessem escolher uma rapariga à sua medida. Mas a TINA teme que isso não aconteça. Inveja, por isso, as relações que vai conhecendo na Europa, onde os partidos se juntam, com documento escrito e assinado. Por cá, ela tem pouca esperança de que algo semelhante aconteça. Esta semana, aliás, ficou muito preocupada quando percebeu que Passos Coelho, rapaz com quem até dançaria um tango, afinal estava mais preocupado com os poderes do Presidente e do Parlamento. A TINA sabe que ninguém gosta que lhe seja dito que não há alternativa e que pouco resta a fazer além de um conjunto de cortes que vão deprimir ainda mais a economia. A esses, a TINA diz, e com justiça, que se vão queixar à Europa que há um ano e pouco não anda a tratar nada bem dos seus. A questão é que a TINA também sabe que hoje a única alternativa à sua presença é o caos financeiro, económico e social. E a TINA está consciente de que, se não lhe encontrarem parceiros fiéis, a alternativa vai ser mesmo essa. Só nessa altura, os que hoje a desprezam lhe saberão reconhecer valor.
publicado hoje no i.
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